Janela mais tradicional do Festival de Cinema de Vitória, a 24ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas apresenta uma seleção de 20 obras da recente produção brasileira. Ficção, documentário e experimental são os gêneros que compõem a mostra, que será exibida gratuitamente, em formato online, na plataforma InnSaei.TV.
A Comissão de Seleção da mostra é formada por profissionais com estreita relação com o audiovisual: Flavia Candida, curadora, cineasta e produtora oriunda do curso de Cinema da UFF; Erly Vieira Jr, cineasta, escritor e pesquisador na área audiovisual, doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ, e professor do POSCOM, da Ufes; e o produtor audiovisual e curador, Waldir Segundo.
Os filmes selecionados são um recorte da safra produzida, entre os anos de 2019 e 2020, e apresentam 20 filmes de nove estados do país: Alagoas, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. “São obras de realizadores que neste ano debutam no festival, bem como outros velhos conhecidos do nosso público, obras já premiadas e filmes estreantes no circuito dos festivais” explicam os curadores.
Para a Comissão, a mostra também reafirma a importância do curta como uma potência criativa do audiovisual brasileiro. “O curta-metragem é muito mais que um formato de experimentação. É também um incansável espaço de resistência e uma janela cada vez mais aberta à pluralidade de narrativas e fabulações que chegam com urgência em serem vistas por um público ainda maior do que o dos anos anteriores”.
Premiação e Júri
Os filmes exibidos na 24ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas concorrem ao Troféu Vitória em sete categorias: Melhor Filme (Júri Técnico), Prêmio Especial do Júri, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Contribuição Artística e Melhor Interpretação, além do Prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular.
O Júri Técnico da 24ª Mostra Competitiva de Curtas é composto pela montadora e editora Natara Ney, e pelos diretores Rodrigo de Oliveira e Tiago Minamisawa. O anúncio das produções premiadas será feito durante a Cerimônia de Encerramento do 27º Festival de Cinema de Vitória.
Online
O Festival de Cinema de Vitória é o maior e mais importante evento de cinema do Espírito Santo. Sua 27ª edição se materializa de forma diferente em 2020. Entre os dias 24 e 29 de novembro, o evento será realizado em formato online, com as mostras exibidas na plataforma InnSaei.TV, além de outras atividades, no Canal de Youtube e nas redes sociais do evento. Os filmes estarão disponíveis para o público por 24 horas, de acordo com a programação, que será divulgada em breve.
O 27º Festival de Cinema de Vitória conta com o Patrocínio do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo à Cultura, e do Banestes. Conta com o apoio da Unimed Vitória, da Rede Gazeta, do Canal Brasil, da Stella Artois e da Suzano. Conta também com o apoio institucional do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv), Tower Web, Dot, Link Digital, Mistika, ABD Capixaba, Carla Buaiz Jóias e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. A Realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).
27º Festival de Cinema de Vitória
24ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS
4 BILHÕES DE INFINITOS (FIC, 15’, MG), de Marco Antonio Pereira
Brasil. 2020. Depois da morte do pai, uma família vive com a energia cortada. Enquanto a mãe trabalha, seus filhos ficam em casa fabulando sobre uma tela em branco na qual não há tanta esperança. Classificação indicativa: Livre.
ILHAS DE CALOR (FIC, 20’, AL), de Ulisses Arthur
Na escola, Fabrício anda com as meninas e, com elas, cria um grupo de rap onde entoam rimas provocadoras para os meninos. Ele está apaixonado e guarda esse segredo só pra si, mas logo, logo, o muro invisível da paixão vai se estilhaçar. Classificação indicativa: 10 anos.
A MORTE BRANCA DO FEITICEIRO NEGRO (DOC, 10’, SC), de Rodrigo Ribeiro
Memórias do passado escravista brasileiro transbordam em paisagens etéreas e ruídos angustiantes. Através de um poético ensaio visual, uma reflexão sobre silenciamento e invisibilização do povo preto em diáspora, numa jornada íntima e sensorial. Classificação indicativa: 16 anos.
90 ROUNDS (DOC, 20’, ES), de Juane Vaillant e João Oliveira
O cotidiano real e virtual de MC Noventa, um jovem rimador da periferia de Vitória que tenta dar certo no mundo do rap depois de fazer sucesso na internet participando de batalhas de rima. Classificação indicativa: 10 anos.
PARTE DO QUE PARTE FICA (FIC, 20’, DF), de Camilla Shinoda
Ele precisa partir. Ela precisa encontrá-lo. Classificação indicativa: 12 anos.
MANAUS HOT CITY (FIC, 13’, AM), de Rafael Ramos
Dois amigos se encontram para comer um bodó. A conversa entre eles percorre as cores e os cheiros das casas, cozinha no pavimento, no calor da cidade. Alguém fica e alguém parte. Classificação indicativa: Livre.
SER FELIZ NO VÃO (DOC, 12’, RJ), de Lucas H. Rossi dos Santos
Um ensaio preto sobre trens, praias e ocupação de espaço. Classificação indicativa: 16 anos.
INABITÁVEIS (FIC, 25’, ES), de Anderson Bardot
Uma companhia contemporânea de dança está prestes a estrear Inabitáveis, o seu mais novo espetáculo que aborda como tema a homoafetividade negra. Paralelamente aos ensaios, o coreógrafo constrói uma amizade com Pedro, um jovem menino negro que não se identifica como menino. Classificação indicativa: 14 anos.
BAILE (FIC, 18’, SC), de Cíntia Domit Bittar
Há dias que nos amadurecem mais. Andréa tem só dez anos e talvez ainda não perceba que seu dia foi assim. Classificação indicativa: Livre.
O TEMPO E A FALTA (DOC, 17’, ES), de Claudiana Braga
O Tempo e a Falta acompanha idosos que revelam sentimentos de solidão em seu cotidiano. Classificação indicativa: 12 anos.
QUINZE (FIC, 18’, SP), de Isis Caroline
Isadora, Vic e Tati são três adolescentes beirando seus quinze anos. As três se encontram no quarto de Isadora para se arrumar para uma festa. Durante esse ritual, acompanhamos o desenvolver de suas inseguranças adolescentes. Como achar sua identidade quando ela lhe foi imposta? Classificação indicativa: Livre.
PERIFERICU (FIC, 20’, SP), de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira
Luz e Denise cresceram em meio às adversidades de ser LGBT no extremo sul da cidade de São Paulo. Entre o vogue e as poesias, do louvor ao acesso à cidade. Os sonhos e incertezas da juventude inundam suas existências. Classificação indicativa: 14 anos.
PARA TODAS AS MOÇAS (DOC, 2’, ES), de Castiel Vitorino Brasileiro
Eu agora vou falar para todas as moças. Eu agora vou bater, para todas as moças. Para todas as travestis, para todas elas. Eu agora vou fazer macumba para todas as bixas. Para todos os testículos femininos, para todas elas. Classificação indicativa: 14 anos.
JORGE (FIC, 19’, RJ), de Jéferson Vasconcelos
Maré, hoje. O cavalo Vermelhinho, criado pelo menino Jorge, foge do curral onde descansa. Jorge e seus amigos cavaleiros procuram Vermelhinho pela favela. Na busca por seu cavalo, Jorge se encontra. Classificação indicativa: Livre.
O CONFORTO DAS RUÍNAS (FIC, 18’, SP), de Gabriela Lourenzato
Madu busca uma mulher misteriosa, desaparecida, mas conhecida por todos. Uma tempestade se aproxima e cria a tensa atmosfera onde achar Ela é urgente. Nessa aventura, a menina encontra uma companheira para ajudá-la em sua jornada fantástica através de um Brasil diminuído e marginalizado. Classificação indicativa: Livre.
INABITÁVEL (FIC, 20’, PE), de Matheus Farias e Enock Carvalho
Pouco antes da pandemia, o mundo experimenta um fenômeno nunca antes visto. Marilene procura por sua filha Roberta, uma mulher trans que está desaparecida. Enquanto corre contra o tempo, ela descobre uma esperança para o futuro. Classificação indicativa: Livre
COMO FICAMOS DA MESMA ALTURA (FIC, 17’, AL), de Laís Santos Araújo
Interior de Alagoas. Laura perde uma festa para viajar com seu pai. Lá, na casa em que cresceram, ela é deixada sozinha por ele. Classificação indicativa: 12 anos
EGUM (FIC, 23’, RJ), de Yuri Costa
Após anos afastado devido à violenta morte do irmão, um renomado jornalista retorna para a casa de sua família para cuidar de sua mãe, que sofre de uma grave e desconhecida doença. Numa noite, o jornalista recebe a visita de dois estranhos, que têm negócios desconhecidos com seu pai. Esse encontro, juntamente com acontecimentos que o levam a desconfiar que algo sobrenatural se abateu sobre sua mãe, fazem-no temer uma nova tragédia. Classificação indicativa: 14 anos
THINYA (FIC, 16’, PE), de Lia Leticia
Minha primeira viagem ao Velho Mundo. Minha fantasia aventureira pós-colonial. [Um discurso muda uma imagem?]. Classificação indicativa: Livre
O VERBO SE FEZ CARNE (EXP, 6’, PE), de Ziel Karapotó
A invasão dos europeus em Abya Yala nos deixou cicatrizes. Ziel Karapotó utiliza seu corpo para denunciar cinco séculos de colonização. Classificação indicativa: Livre.