Homenagens

Luiz Carlos Barreto

Com 90 anos de idade, o cearense Luiz Carlos Barreto, o Barretão, é um dos maiores produtores de cinema do Brasil. Radicado no Rio de Janeiro desde 1947, Barretão é o homenageado nacional do 25º Festival de Cinema de Vitória. Com mais de 70 filmes na carreira, Barretão iniciou sua vida profissional no jornalismo, na revista “O Cruzeiro”. Como repórter, de 1950 a 1963, cobriu importantes acontecimentos nacionais e internacionais na Europa. Enquanto trabalhava como correspondente, graduou-se em Letras pela Sorbonne, em Paris. Mas foi no cinema que Barretão se encontrou, no início dos anos 1960, quando foi co-roteirista e co-produtor do filme “Assalto Ao Trem Pagador” (1961), dirigido por Roberto Farias.

Barretão solidificou sua trajetória no audiovisual ao dirigir as fotografias de “Vidas Secas” (1963, Nelson Pereira dos Santos) e “Terra em Transe” (1967, Glauber Rocha), marcos do Cinema Novo. Em 1984, recebeu o Prêmio da Federação Internacional dos Críticos, no Festival de Cannes, de Melhor Fotografia pelo filme “Memórias do Cárcere”, de Nelson Pereira dos Santos. “O Quatrilho” (1995) e “O Que é Isso, Companheiro?” (1996) – dirigidos respectivamente por seus filhos Fábio e Bruno Barreto -, cuja direção de fotografia é assinada por Barretão, foram indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Atualmente, Luiz Carlos Barreto está preparando um documentário sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada há três meses no Rio de Janeiro.

Cláudio Tovar

Artista múltiplo, Cláudio Tovar será o homenageado capixaba do 25º Festival de Cinema de Vitória. Aos 74 anos de idade, Tovar desenvolveu trabalhos no campo as artes plásticas, do teatro, do cinema, da dança e da televisão. Em seu currículo constam prêmios nacionais importantes, especialmente como cenógrafo e figurinista – Prêmio Sharp e Shell com “Somos Irmãs” (1998, Sandra Louzada), Shell com “Império” (2006, Miguel Falabella), Prêmio Bibi Ferreira com “O Homem de La Mancha” (2014, Dale Wasserman) e Prêmio Botequim Cultural com “O Beijo no Asfalto” (2014, Nelson Rodrigues), por exemplo.

No cinema, estreou na comédia “Pra Quem Fica Tchau” (1971, Reginaldo Faria), também como cenógrafo e figurinista, funções que desempenharia em vários outras longas, como “Roberto Carlos a 300km por Hora” (1971, Roberto Farias). Em 2016, interpretou o personagem Evandro na novela da TV Globo “Êta Mundo Bom”, escrita por Walcyr Carrasco e dirigida por Jorge Fernando. Recentemente, integrou o elenco de “O Mecanismo”, série dirigida por José Padilha na Netflix.

Neville D’Almeida

Os 50 anos de carreira de um dos maiores diretores do cinema brasileiro vão ser rememorados na edição comemorativa de 25 anos do Festival. Mineiro, nascido em Belo Horionte em 1941, Neville D’Almeida começou a se aventurar no cinema ainda na década de 60. Mas foi durante a contracultura setentista, depois de retornar de uma temporada por Nova York e Londres, que o cineasta deslanchou com uma promissora carreira, se tornando um dos maiores expoentes do cinema marginal.

Autor de mais de 25 roteiros originais, além de adaptações literárias, Neville é o nome à frente de grandes clássicos do cinema nacional, como “A dama do Lotação” (1978), estrelado por Sônia Braga – filme que ocupa o sexto lugar* de maior bilheteria do cinema nacional atualmente. Dirigiu também outros clássicos como “Matou a família e foi ao cinema” (1991), com a atriz Maria Gladys, “Navalha na carne” (1997), “Os sete gatinhos” (1980), Rio Babilônia (1982), entre outros, que lhe renderam prêmios como o Troféu Glauber Rocha, da Associação dos Críticos de Cinema e o de Melhor Diretor no Festival de Gramado.

Como parte da homenagem, será exibido, às 20h30,  o documentário que revisita a carreira do diretor, “Neville D’Almeida – cronista da beleza e do caos”, de Mario Abbade.