Uma homenagem surpresa roubou a cena nesta segunda noite do 25º Festival de Cinema de Vitória. Logo no início da apresentação, o ator Juan Alba e a jornalista Renata Rasseli, anfitriões desta terça, anunciaram que uma espectadora especial não estava na plateia apenas para assistir ao festival. Com quase 60 anos de carreira e várias vindas ao FCV, a atriz Maria Gladys foi convidada ao palco do Teatro Carlos Gomes para receber o abraço do público e o Troféu Vitória.
Quando teve seu nome anunciado e aplaudido, foi Gladys quem reverenciou a plateia. Assim como na homenagem para Cláudio Tovar, na segunda-feira, foi exibido um vídeo produzido pelo Canal Brasil, contando a trajetória da atriz na TV e no cinema.
No vídeo, o cineasta Neville D’Almeida – que também será homenageado pelo FCV, nesta quarta à noite – usou as palavras “liberdade, audácia e autenticidade” para caracterizar a carreira da atriz. “É uma atriz que atravessa o tempo. O mais difícil para o ator é ter um estilo. Maior exemplo disso é Maria Gladys”, disse ele.
E havia lugar para mais uma surpresa: em Vitória desde segunda, o ator Matheus Nachtergarle subiu ao palco para entregar o Troféu Vitória à atriz. “Talvez a tradução do ator tropicalista, que é último movimento artístico importante no Brasil, seja Maria Gladys”, disse o ator.
Bem-humorada, Gladys brincou com a diretora do festival, Lucia Caus, que insistia para que a atriz chegasse cedo ao teatro. Sem desconfiar de nada, ela entrou no carro e seguiu para o Carlos Gomes. “Ela dizia: ‘vem cedo, pega a van agora…'”, lembrou Maria Gladys. Em seguida, a atriz foi aplaudida de pé.
Curtas
A segunda noite do festival recebeu a primeira sessão da 22ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas, janela mais tradicional do FCV. Mais uma vez, o incêndio no Museu Nacional foi lembrado pelos realizadores. “Muito importante e significativo ocupar um espaço como este, um teatro construído em 1927, quando estamos vivenciando esse ataque de apagamento da memória, que foi o incêndio no museu”, disse Laís Melo, diretora de “Tentei”.
Longas
O tom crítico das falas se manteve na apresentação de Rodrigo Aragão, diretor de “A Mata Negra”, segundo filme a competir na 8ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. Rodrigo citou o momento político conturbado do país: “Está difícil fazer filme de terror porque está muito difícil ultrapassar a realidade”, disse ele. “O que proponho é passar 1h30 se preocupando com outros monstros.”
25º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA
Uma realização da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA), o 25º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, da Petrobras, do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), do Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE), do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), da Ancine, e do Governo Federal, com apoio da Rede Gazeta, da Prefeitura Municipal de Vitória, e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. O Festival conta também com Apoio Institucional do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv), do Canal Brasil, da Arcelor Mittal, da Link Digital, da Mistika, da Cia Rio, da UVV, da Marlim Azul Turismo e da Carla Buaiz Joias.
Quando: de 3 a 8 de setembro.
Onde: Teatro Carlos Gomes, Centro de Vitória.
Entrada gratuita.