Nome chave para entender a contracultura dos anos 1960, os capixabas d’Os Mamíferos refletem sobre sua história no documentário Diante dos Meus Olhos, de André Félix, que chega ao 25º Festival de Cinema de Vitória para competir na 8ª Mostra Competitiva Nacional de Longas.

Com entrada gratuita, a sessão fecha a disputa na noite de encerramento do FCV, no sábado (8 de setembro), às 19 horas, no Teatro Carlos Gomes.

O longa acompanha os ex-integrantes d’Os Mamíferos, 45 anos após a dissolução da banda. Vivendo um cotidiano simples, Marco Antônio Grijó, Afonso Abreu e Mario Ruy recordam a formação do grupo em meio ao surgimento da contracultura nos anos 1960, antecipada pela banda no Brasil, o que influenciaria de forma determinante a música popular nas décadas seguintes.

Transitando por ritmos diversos – jazz, rock, samba, MPB, soul -, o trio de instrumentistas contava com uma série de compositores, entre músicos e poetas. O principal deles era Aprígio Lyrio, que nos palcos capixabas já se apresentava com maquiagem e figurinos exóticos – anos antes dos Secos & Molhados, que popularizaram o artifício nos anos 1970. Aprígio morreu em 1983.

À sombra de grupos mais conhecidos e fora do centro Rio-São Paulo, Os Mamíferos foram motivo de resgate também em livro: “Os Mamíferos – Crônica de uma Banda Insular”, biografia do grupo, assinada pelo escritor Francisco Grijó, foi publicado em 2017.

Finalizado no ano seguinte à publicação do livro, Diante dos Meus Olhos fez parte da seleção do 36º Festival Internacional del Uruguay e do 7º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, entre outras janelas.

Além do documentário sobre a banda, o diretor André Félix esteve à frente dos curtas-metragens “A Cor do Fogo e A Cor da Cinza” (2014) e “Valentina” (2017).

Mostra de Longas

Além de Diante dos Meus Olhos, outros quatro filmes competem na mostra: “Pastor Cláudio” (RJ), de Beth Formaggini, “A Mata Negra” (ES), de Rodrigo Aragão, “A Chave do Vale Encantado” (RJ), de Oswaldo Montenegro, e “A Cidade dos Piratas”, de Otto Guerra (Veja a programação da mostra no fim da matéria).

Os filmes concorrem ao Troféu Vitória nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Contribuição Artística e Melhor Interpretação. O resultado da premiação será anunciado na noite de encerramento do festival, no dia 8 de setembro, às 21h30.

Uma realização da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA), o 25º Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, da Petrobras, do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), do Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE), do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), da Ancine, e do Governo Federal, com Apoio da Rede Gazeta, da Prefeitura Municipal de Vitória, e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. O Festival conta também com Apoio Institucional do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv), do Canal Brasil, da Arcelor Mittal, da Link Digital, da Mistika, da Cia Rio, da UVV e da Marlim Azul Turismo. O lounge do Festival é co-realizado pela Galpão Produções e pela molaa.

 

25º Festival de Cinema de Vitória

Quando: De segunda a sábado (3 a 8 de setembro)

Onde: Teatro Carlos Gomes – Centro de Vitória (ES)

Entrada gratuita

 

8ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS-METRAGENS

Segunda-Feira – 3 de setembro | 21h

Pastor Cláudio (DOC, 76’, RJ), de Beth Formaggini. Conversa entre o bispo evangélico Cláudio Guerra, ex-chefe da polícia civil que assassinou e incinerou militantes que se opunham à ditadura, e Eduardo Passos, psicólogo militante dos direitos humanos.

 

Terça-Feira – 4 de setembro | 20h30

A Mata Negra (FIC, 99’, ES), de Rodrigo Aragão. Numa floresta do interior do Brasil, uma garota vê sua vida – e de todos ao seu redor – mudar terrivelmente quando encontra o Livro Perdido de Cipriano, cuja Magia Sombria, além de outorgar poder e riqueza a quem o possui, é capaz de libertar um terrível mal sobre a Terra.

 

Quinta-feira – 6 de setembro | 21h

A Chave do Vale Encantado (FIC, 90’, RJ), de Oswaldo Montenegro. N’O Vale Encantado, os personagens das histórias infantis levam uma vida normal. Cada vez que uma criança do mundo real vai sonhar, eles são convocados para entrar no sonho daquela criança, interpretando as aventuras como a gente conhece. Quando a criança acorda, eles voltam para O Vale Encantado. O único que conhece o nosso mundo é o Papai Noel, quando vem trazer os presentes no Natal. Mas ele proíbe os personagens de virem até aqui, o que gera um grande conflito.

 

Sexta-Feira – 7 de setembro | 20h

A Cidade dos Piratas (ANI, 89’, RS), de Otto Guerra. Um diretor de cinema se vê diante de uma situação complexa na produção de seu longa: o autor da história passa a negar os personagens principais da trama. Em uma tentativa desesperada de terminar o filme, ele decide contar seu drama, criando um labirinto caótico entre a ficção e a vida real.

 

Sábado – 8 de setembro | 19h

Diante dos Meus Olhos (DOC, 81’, ES), de André Félix. 45 anos após a dissolução da banda Os Mamíferos, Marco Antonio, Afonso e Mario Ruy vivem um cotidiano simples. Em meio às luzes da cidade, recordam suas glórias e fracassos e ajudam a recuperar um fragmento fundamental da música popular brasileira.