Publicações de contos, poemas, romances e literatura infantil vão ser apresentadas ao público
no dia 14 de setembro, no Hotel Senac Ilha do Boi
Além de uma maratona de exibições de filmes, oficinas e debates, o 24º Festival de Cinema de Vitória abre espaço em sua programação para o lançamento de livros. Seis publicações, entre contos, poemas, romances e literatura infantil, chegam às mãos dos leitores em um ambiente que será montado no Hotel Senac Ilha do Boi, no dia 14 de setembro, a partir das 15h, paralelamente à entrevista coletiva da homenageada nacional do evento, a atriz e cantora Zezé Motta.
Um dos livros que serão lançados no evento é a segunda edição de “A Galinha de Capoeira” (Pedregulho), de Fabíola Colares. Voltado para os pequenos leitores, a publicação conta com ilustrações do artista Milson Henriques, desenhista, autor de peças de teatro e criador da famosa personagem Marly, publicada em tirinhas por décadas no jornal A Gazeta.
Em 2005, Fabíola foi convidada para comer galinha de capoeira com macaxeira e perguntou se era “uma galinha vestida com abadá, dando pernada para todos os lados”. O fato rendeu brincadeiras durante o período em que a autora passou em Campina Grande (PB) e, em Fortaleza (CE), a história foi transformada em livro.
Também pela editora Pedregulho, será lançado “Dissonâncias”, livro de poemas de David Rocha. Com simplicidade, o autor afronta um mundo cada vez mais intolerante e apresenta a face de uma poesia que resiste de maneira irônica, risível, sarcástica.
Seus poemas deixam claro que é preciso um novo olhar sobre tudo. A obra é a terceira entrada nas prateleiras de David, que é bibliotecário e, em permanente contato com livros, não resistiu à tentação de criar sua própria literatura. Antes, já havia lançado “Folhas de Castanheira” (infantil) e “Imperfeições” (poemas).
Já a editora Cousa participa do evento com o lançamento das edições em papel e em formato de ebook da Safra’17, selo que agrupa quatro obras vencedoras do edital de publicação da Secult-ES. São eles, “Bárbara”, narrativa de Brunella Brunello; “Voz”, com poemas de Jorge Verly; “Os Dalmarco”, romance de Danyel Sueth; e “Nós de Sangue”, contos de Yan Brandemburg.
Primeiro livro da escritora Brunella Brunello, “Bárbara” oferece ao leitor um conjunto de histórias breves, que tocam aspectos profundos da existência. Por meio de um jogo de claro e escuro, a autora contrapõe vida e morte, força feminina e fragilidade humana.
Ambientados em um condomínio de 10 andares, cujo nome jamais é revelado, os contos estão ligados por uma mesma unidade narrativa. “O livro nasceu de uma caminhada pelo Centro de Vitória. Eu e meu marido passávamos por um edifício antigo do Parque Moscoso, e ele disse que, de longe, o nome daquele prédio lembrava Sherazade. Na hora, tive a ideia de um livro como ‘As Mil e Uma Noites’, em que uma mesma narradora contaria a história de mil e um apartamentos”, afirma Brunella.
Na obra de Jorge Verly, “Voz”, que reúne 67 poemas, a temática central é a voz e suas polissêmicas possibilidades de leitura: a beleza da voz humana, a palavra escrita como corpo da voz, a voz individual do poeta, o diálogo com outras vozes poéticas.
Dividido em três partes (“Voz”, “Outras Vozes” e “Vocalise”), o livro tem como ponto de partida a ideia de que há uma voz silenciosa (mas bastante potente) por trás das letras impressas no papel e que também constitui o poema. Com seus versos, Verly se lança na captura do sentido e da beleza (e também do horror) que há no ato de falar, vocalizar, emitir guturais sons ou delicados sussurros.
“Outra vertente da obra é o diálogo que, mais detidamente na segunda parte, empreende com alguns poetas (‘outras vozes’) que formaram ou deformaram a voz do autor. São jogos inter e transtextuais que compõem, para usar a expressão de Kristeva, o ‘mosaico de citações’ que alimentaram o poeta que, agora, também empresta sua voz aos textos que deverão chegar ao ‘ermo ouvido do leitor’”, ressalta Jorge Verly.
“Os Dalmarco”, por sua vez, marca a estreia de Danyel Sueth como romancista (muito embora sua experiência com as letras venha de longa data, como músico e também dramaturgo). O livro narra a saga de uma família consumida por uma revelação do patriarca, feita em seu testamento.
Com uma linguagem rápida e contemporânea, explorando ora o humor, ora o lirismo, a trama percorre o seio da boemia carioca, a vida no samba, a luxúria dos bordéis e mergulha em um mar turbulento de relações humanas complexas. “Alguns temas importantes estão postos, como a discussão sobre a mulher e seus espaços, as relações familiares cada vez mais conflituosas, a cobiça e a inveja”, diz o autor.
“Nós de Sangue”, de Yan Brandemburg, é uma reunião de 17 contos sobre a violência dos conflitos familiares que revelam a perversa rede dos laços sanguíneos e sanguinários que nos atam. No livro, as relações são marcadas, na maioria dos casos, por uma violência simbólica.
O autor é professor de Língua Portuguesa, mestre em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo, com pesquisa sobre Oficina Literária de Escrita Criativa, e doutorando pela mesma universidade. Desenvolve também o projeto “Semear Palavra”, em que ministra cursos de escrita e palestras. Em 2014, publicou o livro de contos “Yanni.
Uma realização da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA), o 24º Festival de Cinema de Vitória acontecerá entre os dias 11 e 16 de setembro e conta com o patrocínio do Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, e da Petrobras, com o apoio institucional da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo, da Cesan, da Secretaria de Cultura da Universidade Federal do Espírito Santo, do Banestes e do Canal Brasil, e com o apoio da Rede Gazeta, da Prefeitura de Vitória, ArcelorMittal, da Academia Internacional de Cinema, da CiaRio, da Mistika e da Link Digital.