Protagonizado por Matheus Nachtergaele e Lucélia Santos,
filme “A Serpente” será exibido no dia 12, no Teatro Carlos Gomes

 

Embora nascido em Pernambuco, o escritor Nelson Rodrigues mudou-se ainda criança par o Rio de Janeiro e ficou conhecido por explorar o cenário carioca em sua obra. Neste ano, o cineasta Jura Capela tornou-se o primeiro conterrâneo do mestre do teatro moderno brasileiro a adaptar um de seus textos para o cinema. “A Serpente”, que traz para a grande tela a peça homônima do dramaturgo, terá sessão especial na programação do 24º Festival de Cinema de Vitória.

 

Protagonizado por Matheus Nachtergaele e Lucélia Santos, o longa-metragem será exibido às 22h30 do dia 12 (terça-feira), no Teatro Carlos Gomes. A obra original foi lançada em 1980, poucos meses antes da morte de Nelson Rodrigues. Um dos desafios de Jura Capela foi dar corpo à menor peça do dramaturgo, com apenas um ato de duração.

 

Transposto para o cinema, o texto ganhou 10 atos, divididos por máximas de Nelson Rodrigues, um dos maiores frasistas brasileiros. A intenção do diretor foi fazer que Nelson “participasse do filme”, em uma homenagem à sua figura. O filme saiu premiado no XX Festival de Cinema Luso-brasileiro de Santa Maria da Feira, em Portugal.

 

Na trama, tão polêmica na época em que foi lançada quanto hoje, acompanhamos um triângulo amoroso entre as irmãs Lígia e Guida, ambas interpretadas por Lucélia Santos, e o marido desta última, vivido por Matheus Nachtergaele.

 

Famosa internacionalmente por seu papel na novela “Escrava Isaura”, exibida em 1976 pela TV Globo, Lucélia Santos já atuou em nada menos do que três outros filmes baseados em Nelson Rodrigues: “Álbum de Família”, “Bonitinha, mas Ordinária” e “Engraçadinha”, todos de 1981. O próprio escritor costumava se referir à atriz como “uma força da natureza”.

 

E foi essa força da natureza que fez com que Matheus Nachtergaele, hoje um dos nomes mais sólidos da cinematografia nacional, tomasse a decisão de se tornar ator. A resolução veio na primeira vez que ele foi a uma sala de projeção, levado pelo pai, para ver “Luz del Fuego” (1982), protagonizado por Lucélia.  A obra, dirigida por David Neves, é inspirada na vida da dançarina e naturista nascida em Cachoeiro de Itapemirim Dora Vivacqua.

 

Sobre o diretor

 

Jura Capela nasceu em Recife, 1976. Integrou grupos artístico em Pernambuco tais como o coletivo TelephoneColorido, com o qual codirigiu  o curta-metragem “Resgate Cultural – O Filme” (2001), premiado em diversos festivais de cinema. Colaborou na direção de fotografia e produção de muitos cineastas de sua geração e é o idealizador do festival de cinema Sapo Cururu, que ocorreu entre 2005 e 2012 em Olinda e Recife.

 

Na sua filmografia, soma a direção do curta experimental “Copo de Leite” (2004),  a codireção do média-metragem “Shenberguianas” (2005) e a direção de outros dois longas, “Paranã-Puca – Onde o Mar se Arrebenta” (2010), vencedor do troféu Redentor de Melhor Filme Festival do Rio de Janeiro – Novos Rumos; e o musical “Jardim Atlântico” (2012), exibido na 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e distribuído por diversas capitais do Brasil. Atualmente finaliza o documentário em longa-metragem “Mangue Bit”, sobre a cena musical brasileira dos anos 1990.

 

Uma realização da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA), o 24º Festival de Cinema de Vitória acontecerá entre os dias 11 e 16 de setembro e conta com o patrocínio do Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, e da Petrobras, com o apoio institucional da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo, da Cesan, da Secretaria de Cultura da Universidade Federal do Espírito Santo, do Banestes e do Canal Brasil, e com o apoio da Rede Gazeta, da Prefeitura de Vitória, ArcelorMittal, da Academia Internacional de Cinema, da CiaRio, da Mistika e da Link Digital.

 

 

24º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA
De 11 a 16 de setembro
Teatro Carlos Gomes
Entrada gratuita

SESSÃO ESPECIAL – A SERPENTE
(FIC, 73’, PE), de Jura Capela
12 de setembro, às 22h30